Slide Français Home Livros Crítica Autora Quintal Contacto Kikongo

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Acordou cedo para chegar a tempo ao trabalho, mas uma voz intangível guia-a antes a um museu. Aí, a mesma voz percorre com ela múltiplas esculturas, guiando-a através de tradições, posições e até mesmo crenças. Fala-lhe de uma rio ao longe, mas que está muito presente. E, dessa voz, nascem novas presenças - intensas, desconcertantes, difíceis de explicar, mas quase palpáveis.
Sendo um livro que contém a mesma história em três línguas diferentes, não será propriamente uma surpresa que a história seja muito mais breve do que aparenta. Há, ainda assim, um aspecto que sobressai: a história pode ser a mesma e as ilus-trações têm também as suas semelhanças, mas há pequenos pontos de divergência. Não deixa, por isso, de ser interessante percorrer a obra completa, incluindo as partes que não compreendemos. A história, temo-la toda no início. E no resto há mais pormenores a descobrir.
Mais surpreendente é a cadência da história propriamente dita. Há algo de fascinante no percurso, com as imagens do passa-do e da crença a emergirem das figuras da exposição, mas é, acima de tudo o ritmo que fica na memória depois de terminada a leitura. Tudo está envolto numa ligeira estranheza, mas a cadência das palavras parece representar também na perfeição a essência das estátuas, principalmente no caso do músico.
Não é, de todo, uma história linear e a forma como presente e memória se entrelaçam - a presença da protagonista no museu e as imagens e cadências que a envolvem - pode ser, inicialmente, um pouco desconcertante. Chegados ao fim da história, esta perplexidade ganha, porém, um novo sentido, pois, numa história em que as perguntas são tão importante, é apenas natural que haja difíceis de compreender. São pois, três pontos que convergem para fazer deste livro uma experiência tão interessante: o contraste entre o palpável e o intangível, o ritmo peculiar das palavras, tão ajustado ao fluxo da história, e a percepção de um percurso com tanto de inexplicável como de fascinante.
A soma é um livro difícil de descrever, mas muito interessante.


Carla Ribeiro

As leituras do corvo, Maio 2020


 

Acordou cedo para chegar a tempo ao trabalho, mas uma voz intangível guia-a antes a um museu. Aí, a mesma voz percorre com ela múltiplas esculturas, guiando-a através de tradições, posições e até mesmo crenças. Fala-lhe de uma rio ao longe, mas que está muito presente. E, dessa voz, nascem novas presenças - intensas, desconcertantes, difíceis de explicar, mas quase palpáveis.
Sendo um livro que contém a mesma história em três línguas diferentes, não será propriamente uma surpresa que a história seja muito mais breve do que aparenta. Há, ainda assim, um aspecto que sobressai: a história pode ser a mesma e as ilus-trações têm também as suas semelhanças, mas há pequenos pontos de divergência. Não deixa, por isso, de ser interessante percorrer a obra completa, incluindo as partes que não compreendemos. A história, temo-la toda no início. E no resto há mais pormenores a descobrir.
Mais surpreendente é a cadência da história propriamente dita. Há algo de fascinante no percurso, com as imagens do passa-do e da crença a emergirem das figuras da exposição, mas é, acima de tudo o ritmo que fica na memória depois de terminada a leitura. Tudo está envolto numa ligeira estranheza, mas a cadência das palavras parece representar também na perfeição a essência das estátuas, principalmente no caso do músico.
Não é, de todo, uma história linear e a forma como presente e memória se entrelaçam - a presença da protagonista no museu e as imagens e cadências que a envolvem - pode ser, inicialmente, um pouco desconcertante. Chegados ao fim da história, esta perplexidade ganha, porém, um novo sentido, pois, numa história em que as perguntas são tão importante, é apenas natural que haja difíceis de compreender. São pois, três pontos que convergem para fazer deste livro uma experiência tão interessante: o contraste entre o palpável e o intangível, o ritmo peculiar das palavras, tão ajustado ao fluxo da história, e a percepção de um percurso com tanto de inexplicável como de fascinante.
A soma é um livro difícil de descrever, mas muito interessante.

Carla Ribeiro

As leituras do corvo, Maio 2020


 

Na semana em que se celebra o papel dos museus no
mundo, a escritora Branca Clara das Neves apresenta-lhe
uma viagem cujo ponto de partida é uma exposição da
cosmogonia kongo. Em Estamos Aqui Twina Vava Nous
Voici a protagonista é encantada por uma voz que a trans-
porta até às margens do Rio Congo, a Nóqui, a Matadi, às
cataratas de Ielala. Um livro encantatório, carregado de
simbolismo, uma preciosidade estética, com ilustrações
de Neusa Trovoada. A obra – em três línguas, português,
kicongo e francês – já está disponível nas livrarias em
todo o país, com a chancela da Guerra e Paz, Editores e o
apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Au-
tores. Um livro encantatório carregado de simbolismo.

 

Café Mais Geek

Maio 2020

 

Na semana em que se celebra o papel dos museus no
mundo, a escritora Branca Clara das Neves apresenta-lhe
uma viagem cujo ponto de partida é uma exposição da
cosmogonia kongo. Em Estamos Aqui Twina Vava Nous
Voici a protagonista é encantada por uma voz que a trans-
porta até às margens do Rio Congo, a Nóqui, a Matadi, às
cataratas de Ielala. Um livro encantatório, carregado de
simbolismo, uma preciosidade estética, com ilustrações
de Neusa Trovoada. A obra – em três línguas, português,
kicongo e francês – já está disponível nas livrarias em
todo o país, com a chancela da Guerra e Paz, Editores e o
apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Au-
tores. Um livro encantatório carregado de simbolismo.

 

Café Mais Geek

Maio 2020

 

O seu livro estava à minha espera no sábado no Espaço Llansol.
Já o li (em português, claro!), e fiquei surpreendido com a viagem por onde nos leva, envolvendo o leitor no fascínio de um mundo por uma lado desconhecido (pelo menos para mim), mas por outro tornado próximo pelo seu olhar atento sobre aquelas figuras que vivem ou revivem no texto.
Muito obrigado, também pelas alusões a Llansol, que julgo ter descoberto.


João Barrento

email, Junho 2020


 

Gostei do objecto... muito dos desenhos... gostei
imenso da narrativa embora perdido... mas gostei
de estar perdido.

 

António Pinto Ribeiro

fb, Junho 2020

Gostei do objecto... muito dos desenhos... gostei
imenso da narrativa embora perdido... mas gostei
de estar perdido.

 

António Pinto Ribeiro

fb, Junho 2020

Um livro com uma escrita magnífica, uma musicalidade notável.
Mas um livro anti-sistema, por isso CORAGEM! Não esperes nada
da intelectualidade do mainstream.


João Filipe Duarte Fonseca

Julho 2020


 
 

( ...) Obrigada por mostrar como é impossível pensar ou imaginar Lisboa sem as Luandas ou Luenas que a formaram também, numa linguagem que desfaz a separação entre poesia e prosa no seu ritmo e nas suas expressões.
Penso ser muito importante que se apresente como uma fala inacabada, talvez infinita, uma fala que continuará a estender-se pelo mundo.”

 

Paulo de Medeiros

Agosto de 2014

 

O seu livro é de uma grande
beleza e tem dentro dele os
cheiros, a musicalidade, a vida.

Maria Alice Gameiro

email, Setembro de 2014


 

Gostei deste romance que teoriza a relação
entre história e ficção.

Inocência Mata
na apresentação do livro

Lisboa, Setembro 2014


(...) O seu livro trouxe-me velhas recordações e permitiu-me saborear a nova linguagem que se enraíza por cima das nossas gramáticas. Linguagem concisa, expressiva, sonora. Sobretudo verdadeira. Como fundo, a guerra, essa guerra imunda e longa que a todos foi imposta. Lisboa via Angola como reserva de selvagens, sem direito a nada. Nós, por nosso lado, sentíamos ao longe que os verdadeiros selvagens estavam em Lisboa. Bem instalados no poder. A mentir, mentir, mentir. Na hora da verdade, a negociações preferiram o napalme. Em vez de ajudarem a construir o futuro, quiseram barrá-lo. Depois, chacina, morte. Por toda a parte a morte ou vidas à deriva. O seu livro fala delas. E da magia da nossa terra. Também era a minha, posso dizê-lo. Nela me fiz homem. Muito lhe devo e foi com emoção que li o seu livro.
Com todo o respeito,

 

Américo de Carvalho (rip)

Paris, Setembro 2014

 

“(...) Uma circulação aparentemente leve entre lugares, épocas e referentes culturais não nos embarca numa viagem, encaminha à visita.
Maria Benta, Antoine, Ana Maria aproximam-se insinuantes mas logo se encapsulam em margens do longe e nos afastam. E a música do texto sacode e leva.
Então é já é estranho que começa a visita divorciado das pobrezas do exótico.
Maria Benta levanta os olhos, pergunta.”

 

Franco Sequeira

Toronto, Setembro 2014

 
 

“ Queria continuar por aí nestes domingos
abrigados da Maria Benta (...)”

Manuela Etaungo

Luanda, Janeiro, 2015